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A, A, A, A, A, minhas habilidades de jogo se resumiam a este pequeno e único botão, isso há uns 15 anos atrás. Hora ou outra eu arriscava um B, afinal por que ficaria trocando, se uma sequência bem dada de “As” ora ou outra me garantia uma vitória. Acho que pouquíssimas vezes fui capaz de reproduzir um “Radouken” contra o meu irmão que possuía um conhecimento e uma sequência enormes de botões, fico imaginando que ele teria sido um grande cirurgião se tivesse usado tamanha capacidade nos estudos.

Afinal não bastava conhecer as sequências era preciso saber uma boa hora para usá-las.



Passemos a nostalgia desta época 2D em que o caminho era sempre pra “frente”, afinal desde sempre os “games” estiveram na minha vida, culpa do meu pai que como nós se apaixonou pela idéia. Ahhh... esta época em que ainda precisávamos comprar revistas pra “Detonar” um jogo... me lembro bem.

Eu Mulher, Gamer.

Por Lindinha16Can

Vamos pular para aquilo que agarrou meu pé e me arrastou de vez para este mundo surrreal.



Lembro-me como se fosse ontem, meu pai chegando em casa com aquele novo console – Ué pai, cadê a fita? – pergunto eu, afinal ainda não sabia que haviam mudado os jogos para Cd. Depois de bem instalado, passamos ao primeiro jogo, que veio grátis com o console, a Intro corria toda uma cinemática como se fosse um filme, um filme de terror que acabava em uma grande mansão.



PARA aí! ali, extamente ali foi quando eu me apaixonei, quando encontrei o maior dos meus desafios, não estou falando dos zumbis acizentados de roupinha verde, mas do choque quando descubri que A, A, A, A, A não ia salvar minha vida contra ele. Levaram horas, dias sentadas na frente da tv tentando passar aquele primeiro zumbi carequinha, aquele primeirinho, que mais tarde descobri que não precisava ser morto apenas tinha que ser levado até o Barry que explodia sua cabeça lindamente com aquela magnun 357.

 

Onde quero chegar com isso? À essência do meu amor por games, começou quando eu venci aquele primeiro zumbi, onde eu estaria hoje se o tivesse simplesmente abandonado lá naquele corredorzinho ? Depois daquele dia tudo mudou, enquanto as outras meninas da minha idade colavam posteres de banda de pagode e compravam atrevida eu colava zumbis e lia “Ação Games”.



Mas eu não fui a única garota enfeitiçada por esse mundo, o IBOPE Media divulgou este ano que 47% dentre aqueles que jogam algum tipo de jogo no console ou no PC, são mulheres. Mesmo o mercado de jogos começou a se preocupar em suprir essa demanda feminina que vem crescendo durante estes últimos anos. Apesar de em grande número não é assim tão fácil encontrar uma mulher jogando, digo online por exemplo. Hora ou outra você vê uma em uma sala de jogo ou por sorte dá um join em um jogo em que tenha uma, mas acredite quando digo – Elas estão lá.



Eu, particularmente costumo jogar na Live, mas muitas das meninas que conheço são viciadas em jogos de PC, e ao contrário do que muitos pensam meninas entendem MUITO de games. Confesso que não conheço muitas meninas online porém eu conheço muitas meninas que jogam.



Molly, uma alemã que trabalha comigo conseguiu me me escrever um e-mail de umas 5 páginas sobre seus jogos favoritos, citando os nomes dos jogos dos desenvolvedores e quase todo tipo de termo específico usados para games. Segundo ela, Games são uma forma de relaxar e esquecer os problemas e a monotonia da vida real, incluindo ainda a seguinte citação “Eu não jogo Games por que não tenho uma vida mas por que escolhi ter várias.”, o que a meus olhos cai muito bem para mim também.

Óbvio que nós mulheres nem sempre temos o mesmo “Gol” que vocês homens quando jogamos, somos quase que totalmente conectadas pela estória do jogo, o que nos interessa é saber onde tudo acaba qual o desfeixo da trama. Uma outra amiga espanhola que chamamos de Pakita confessou-me que chegava a pular todas as side quests de seus jogos preferidos só para conseguir saber o final.





 

Mais do que nunca está comprovado que nós mulheres dominamos com doçura uma grande parte desse mercado que outrora era império masculino, talvez você não nos veja sempre, talvez estejamos mais escondidas, mais reservadas afinal o assédio dos meninos é muito grande, é díficil entrar em uma sala aberta de FPS para jogar, por exemplo, e sair de lá sem uma ofensa ou uma cantada.

Porém é melhor os garotos começarem a se acostumar a levar headshots de soldadinhos cor de rosa, por que viemos pra ficar!



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